sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Livro 27 - O escafandro e a borboleta

"O escafandro e a borboleta" foi um dos filmes mais emocionantes que já assisti. Foi em 2013. Na ocasião, lembro de ter gostado muito e assistido novamente alguns dias depois. Só em 2016 descobri que ele era baseado em um relato autobiográfico do Autor, o jornalista Jean-Dominique Bauby.

Trata-se de uma história triste, mas também de determinação e perseverança do autor, que perdeu praticamente todos os movimentos do corpo após um AVC nos anos 90. É poético e de uma sensibilidade ímpar o título dado ao livro. Um contraponto entre o peso de um corpo imóvel - o escafandro - e uma alma ainda muito viva - a borboleta.
Cena do filme, de 2009, dirigido por Julian Schnabel. 

Essa poesia está muito presente também no filme. Uma das cenas que mais me chamou a atenção foi a que mostra o protagonista "ilhado" no mar em sua cadeira de rodas. Sem qualquer contato com o mundo, exceto a capacidade de ver, ouvir e até sentir alguns cheiros ao redor, como os que existem na praia, que mesmo repugnantes para a maioria das pessoas, o fizeram se sentir vivo em determinado momento.
Jean-Do dita o livro para Claude Mendibil (fonte:Wikipedia).


Bauby morreu poucos dias depois de finalizar o livro, que foi todo escrito com ele ditando, letra por letra, com o único movimento que lhe foi preservado: piscando um dos olhos.

Não há como ler um livro desses sem questionar as próprias escolhas e prioridades. Editor da revista Elle em Paris, Bauby vivia uma vida de festas, viagens, luxos. Se, por um lado, o acidente o fez refletir sobre até que ponto essa era uma vida fútil e vazia, por outro, o deixou com saudades imensas de pequenos prazeres, como o de degustar uma saborosa refeição em um bom restaurante.

Falamos sobre esse livro em agosto de 2017, no Clube de leitura e cinema de Sarapuí (post no blog).

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