domingo, 14 de fevereiro de 2016

Livro 5 – Presos que menstruam


Foto de capa do livro: Ueslei Marcelino (Reuters).

Esse eu consegui ler antes de virar filme, o que acontecerá em breve. “Presos que menstruam”, de Nana Queiroz (Editora Record), foi minha quinta leitura de 2016. Levou dois dias. São histórias de condenadas que vivem em prisões brasileiras e de outras, que já cumpriram suas penas. Revelam um sistema que desconsidera por completo que mulheres têm necessidades básicas diferentes das dos homens, como mais papel higiênico (tão óbvio, mas não levado em consideração) e absorventes (mais de oito unidades por mês, que é o que é entregue a elas).

A imensa maioria das mulheres é presa pelos chamados crimes “de suplementação de renda”. Na ocasião da publicação do livro, em julho de 2015, 345 crianças viviam em presídios com suas mães.  Elas têm direito de ficar com seus bebês até os seis meses, mas muitas vezes são obrigadas a dormir com eles no chão, porque não há infraestrutura. As narrativas prendem, emocionam, causam revolta e até mal estar, não no mesmo nível que “Holocausto Brasileiro”, de Daniela Arbex, que li ainda em 2015. Mas quase isso.

Com a publicação do livro, surgiram algumas iniciativas pelo país para ajudar as presidiárias, que vão desde a doação de absorventes a voluntários que se dispõem a levar bebês e crianças que vivem nas prisões para passear. Isso porque essas crianças também acabam privadas de liberdade em função da pena de suas mães.

A autora, durante a campanha "Não mereço ser estuprada".
Particularmente, a história da índia que foi presa junto com seu bebê de colo me comoveu. Assim como outras personagens, essa também volta a aparecer em outro capítulo, mais para o final do livro. É quando a autora se aproxima do filho dela, o pequeno Eru. Esse deve ter sido um encontro lindo.

O livro vai virar filme em 2016 e terá como protagonista Gardênia, uma das personagens que foram entrevistadas pela autora. Será produzido pela OF Produção Cultural. Nana Queiroz também foi a responsável pela campanha “Não mereço ser estuprada”, que alcançou grande repercussão nas mídias sociais em 2014.


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