Minha terceira leitura de 2016 foi muito rápida. Em três
dias, devorei “Desperdiçando rima”, estréia da artista Karina Buhr na
literatura (livro publicado pela Fábrica 231, selo da Editora Rocco). Confesso que meu interesse surgiu por admirar o posicionamento dela
em relação a temas como machismo, aborto, ocupação das cidades
(particularmente, sua participação no Ocupe Estelita, de Recife).
Outro aspecto que me chama a atenção é o fato de se tratar
de uma multiartista, a exemplo de Arnaldo Antunes, que sempre admirei, e também
de Amanda Palmer, cuja obra “A arte de pedir” estou lendo para o #leiamulheres.
A verdade é que as rimas desperdiçadas de Karina Buhr
mexeram comigo. Ela fala sobre a perda do pai. Há alguns dias fez nove anos que
eu perdi o meu e, assim como para ela, que menciona ter perdido o dela há seis
anos, essa perda continua doendo. A forma como ela fala dos povos indígenas
também me deu um nó na garganta. Como não lembrar do menino degolado enquanto
era amamentado em Santa
Catarina , no final de 2015? “'Terra do índio' era pleonasmo”.
Espero que muitos leiam, assim como a própria autora afirmou
em entrevista à revista Trip, em 2015: “Quero muito que os
homens leiam, que não fique nessa coisa de “livro pra menina”. Eu já vivo isso
no mundo da música, de colocarem um monte de cantoras num mesmo bolo, só por
ser mulher. Quero chegar em todo mundo.”
É um livro gostoso de ler, que emociona por um lado, e chama
para a revolta e a ação por outro. Pulsante. Como a música dela. Particularmente, acho divertidíssima essa "Ciranda do Incentivo", que ironiza a odisseia burocrática que os artistas enfrentam para obter recurso das leis de incentivo à cultura.
No site oficial da artista é possível
fazer o download do álbum “Selvática”, o mais recente de Karina Buhr,
gratuitamente.
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