segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Livro 3 – Desperdiçando rima

Minha terceira leitura de 2016 foi muito rápida. Em três dias, devorei “Desperdiçando rima”, estréia da artista Karina Buhr na literatura (livro publicado pela Fábrica 231, selo da Editora Rocco). Confesso que meu interesse surgiu por admirar o posicionamento dela em relação a temas como machismo, aborto, ocupação das cidades (particularmente, sua participação no Ocupe Estelita, de Recife).
Outro aspecto que me chama a atenção é o fato de se tratar de uma multiartista, a exemplo de Arnaldo Antunes, que sempre admirei, e também de Amanda Palmer, cuja obra “A arte de pedir” estou lendo para o #leiamulheres.
A verdade é que as rimas desperdiçadas de Karina Buhr mexeram comigo. Ela fala sobre a perda do pai. Há alguns dias fez nove anos que eu perdi o meu e, assim como para ela, que menciona ter perdido o dela há seis anos, essa perda continua doendo. A forma como ela fala dos povos indígenas também me deu um nó na garganta. Como não lembrar do menino degolado enquanto era amamentado em Santa Catarina, no final de 2015? “'Terra do índio' era pleonasmo”.
Espero que muitos leiam, assim como a própria autora afirmou em entrevista à revista Trip, em 2015: “Quero muito que os homens leiam, que não fique nessa coisa de “livro pra menina”. Eu já vivo isso no mundo da música, de colocarem um monte de cantoras num mesmo bolo, só por ser mulher. Quero chegar em todo mundo.
É um livro gostoso de ler, que emociona por um lado, e chama para a revolta e a ação por outro. Pulsante. Como a música dela. Particularmente, acho divertidíssima essa "Ciranda do Incentivo", que ironiza a odisseia burocrática que os artistas enfrentam para obter recurso das leis de incentivo à cultura.


No site oficial da artista é possível fazer o download do álbum “Selvática”, o mais recente de Karina Buhr, gratuitamente.

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