quarta-feira, 13 de abril de 2016

Livro 10 – A sexta extinção

Uma espécie de rã desaparece de uma hora para a outra e descobre-se que a causa é uma outra rã, trazida pelos humanos, que tem o corpo revestido com uma substância fatal para a primeira espécie. Morcegos começam a adoecer misteriosamente até entrarem em processo de extinção, por causa de um fungo que também só passou a existir em seu habitat por interferência humana.

Essas e outras investigações são relatadas de forma extremamente esclarecedora, mesmo que dependam de informações científicas e técnicas, pela autora de “A sexta extinção”, Elisabeth Kolbert. O livro foi publicado no Brasil pela editora Intrínseca.

Mas o que seria a sexta extinção? Para a autora e muitos dos cientistas entrevistados por ela, está em curso um processo de extinção que tem como causa a interferência humana na natureza. Antes dessa, cinco outras grandes extinções aconteceram na história, entre elas a mais conhecida, que acabou com os dinossauros há 65 milhões de anos.

Entre os locais visitados pela autora está a floresta amazônica. Ela esteve no Brasil para acompanhar um trabalho de catalogação e monitoramento de reservas florestais. É assustador constatar que múltiplas extinções estão acontecendo neste momento, em nosso país, devido à separação de grandes florestas em áreas menores, o que prejudica e acaba mesmo inviabilizando a sobrevivência de inúmeras espécies.

Apesar do cenário e das previsões pouco favoráveis, o otimismo é uma característica comum aos cientistas e defensores da natureza envolvidos nessa excelente reportagem. Cada um dos entrevistados trabalha com afinco para salvar uma espécie, compreender um bioma, catalogar seres ainda desconhecidos pela comunidade científica.

O livro é recomendado por Al Gore, diretor do documentário “Uma verdade inconveniente”, de 2006. O filme também é um alerta, assim como o livro de Kolbert, a respeito das consequências da interferência humana na natureza.


Dez anos depois do filme de Al Gore, Elizabeth Kolbert vai à fundo e nos apresenta não uma, mas muitas verdades inconvenientes. E mostra, com evidências científicas irrefutáveis, que a culpa é mesmo nossa. A autora levou o prêmio Pulitzer de não-ficção em 2015 pelo livro. Merecido.

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